Não é de hoje que venho notando que os resultados mais efetivos de qualquer negócio surgem da orquestração harmônica, sintonia e coordenação geral de todas as áreas e aspectos da empresa. Este alinhamento só ocorre quando se enxerga os negócios sob diferentes camadas e perspectivas. Venho ao longo dos últimos anos mapeando essas camadas, na prática, em empresas e negócios de diferentes segmentos e tamanhos. Mais do que isso, venho mapeando os pontos de comunicação e de interseção entre elas para construir o que chamo de Gestão Empresarial Multicamadas.
Para tornar esta mensagem menos abstrata ao leitor, vou dar nome aos bois.
Existem 7 camadas a serem observadas em qualquer negócio:
Há total e completa interdependência entre todos os fatores do negócio, de modo que essas 7 camadas apresentadas são uma boa forma para classificar e compreender as relações de causa-efeito que no final das contas afetam os resultados do negócio.
Nos trabalhos que desenvolvemos, aprofundamos nosso olhar sobre essas camadas e observamos que esta nova perspectiva cabe aos mais variados tipos de negócio, e trazem visões e insights que antes ficavam menos óbvios.
Esse olhar sistêmico e global mostrou-se muito mais efetivo ao tratar dos problemas e desafios concretos vividos nos negócios. Ao contrário da abordagem tradicional aplicada nas empresas – que é especialista, direcionada e simplista -, esse olhar multidisciplinar nos força a identificar toda a cadeia envolvida nos problemas da organização. Imagine uma teia de ligações, um labirinto de conexões e caminhos que, quando identificados e mapeados, nos levam a descobrir todo o encadeamento de problemas e sintomas envolvidos dentro da organização. Essa trilha é reveladora, pois nos traz luz sob todos os impactos envolvidos por de trás de um problema aparentemente simples. É como puxar o linho e desvendar os nós. No primeiro momento da enorme trabalho, mas depois de feito, a solução é efetiva.
Na Móbili, usamos essa abordagem na prática, em todo e qualquer tipo de desafio empresarial. Nunca olhamos determinado problema de uma área de forma isolada. Nunca olhamos uma perspectiva por si só, mas olhamos simultaneamente essas sete camadas ao analisar, diagnosticar e gerir os negócios.
Temos convicção nesse modelo. O mundo fragmentado e altamente especialista que se desenvolveu nas últimas décadas está fadado a ceder espaço para abordagens e profissionais interdisciplinares, que adotem sempre a visão sistêmica, com metodologias que considerem a real complexidade dos negócios. Se o mundo hoje é complexo, assim como as pessoas são complexas, porque haveríamos de analisar e tratar os negócios como estruturas simples?
Enquanto tivermos análises rudimentares, também teremos soluções paliativas.
Forçar de que problemas financeiros possuem soluções financeiras, ou problemas de processos se resumem a acertar os processos, e assim por diante, para as questões de gestão, tecnologia, pessoas, comerciais ou produtivas não garantem soluções efetivas e podem induzir a uma visão errada da situação como um todo. No fundo é como considerar que as empresas são como o corpo humano, onde uma dor pode ser apenas um sintoma ligado a um problema maior, um alerta do organismo para chamar a atenção sobre outra coisa que não está bem. Da mesma forma, os problemas que surgem dentro das organizações são altamente interligados e em múltiplas esferas que precisam ser vistas sob diferentes perspectivas.
Pensar nisso exige tempo, dedicação e paciência, mas os resultados são estratégias mais assertivas e uma execução mais contundente.
Bem-vindo ao mundo multicamadas!