A matemática dos negócios

A matemática dos negócios

Talvez você já tenha ouvido a frase: “opinião cada um tem uma, entre a sua e a minha, prefiro a minha”. O que separa uma opinião do conhecimento verdadeiro é o dado objetivo. Se estamos ou não com febre, só confirmamos quando medimos a temperatura corporal observada no termômetro apontando 39 graus, por exemplo.

A matemática é a ciência dos números. A palavra “matemática” tem origem na palavra grega mathematike. “Máthema” significa “explicação”; “tike” significa “arte”. Ou seja, Matemática é “a arte que explica”. Os números explicam muitos fenômenos. E nos negócios não é diferente.

Através dos números podemos desvendar a saúde das empresas, mapear os causadores de problemas, identificar onde perdemos dinheiro ou onde poderíamos ganhar mais. Se bem trabalhados, temos nos números um verdadeiro mapa para as decisões empresariais.

Antes de entramos no universo empresarial, tracemos um paralelo com as nossas vidas. Como explicamos, por exemplo, o quente e o frio? Como comparamos alturas, pesos, resultados?

Quando inserimos números, conseguimos comparar, por exemplo, quão quente está o tempo hoje em relação a semana passada; podemos balizar nossas opiniões sobre o aquecimento global nas últimas décadas. O mesmo ocorre para qualquer tipo de análise, leitura de cenários, construção de argumentos e opiniões. O mesmo ocorre ao medirmos evolução, crescimento, desempenho para qualquer que seja a métrica escolhida: peso, espessura, dinheiro, felicidade, distância, prazos, qualidade, velocidade, eficiência etc. 

Na matemática dos negócios, números traduzem a empresa, sua saúde, desempenho recente, sua produtividade. Ao interpretar os números, acompanhamos a evolução da empresa no tempo, podemos comparar seu momento atual frente a resultados anteriores, outros negócios similares, concorrentes, ou até mesmo avaliar as diferenças de desempenhos entre áreas, equipes, máquinas, gestores. 

Quando bem escolhidos, os números nos permitem entender as relações de causa-efeito que operam no negócio e assim sermos assertivos nas decisões que tomamos. Isso nos poupa de muitos erros. Ganhamos tempo. Aumentamos a probabilidade de sucesso com o negócio. Afinal, o sucesso de um negócio é resultado de um conjunto de decisões acertadas.

“Fazer as coisas certas é mais importante do que fazer as coisas direito” Peter Drucker

Certa vez, Peter Drucker disse: “Fazer as coisas certas é mais importante do que fazer as coisas direito”. Essa frase lembra que as atividades dos negócios precisam, antes de tudo, ser direcionadas a resultados. É mais importante ser eficaz, atingir o objetivo, do que ser eficiente e não atingi-los. Ser eficiente em uma atividade que não traga resultado significa apenas chegar mais rápido no lugar errado. Os números nos ajudam a detectar isso, o mais cedo possível, nos ajudam a rapidamente separar o óleo da água na complexa missão de gerir os negócios.

Sem números e indicadores, só temos mesmo as opiniões sobre o negócio. Como pode um gestor ser assertivo na decisão tendo em mãos apenas suas opiniões?

Constantemente, presenciamos reuniões onde gestores, mesmo sem os números a mão, assumem decisões com alto impacto para a organização. Se dermos a devida dimensão do que isso significa, é como pilotar um avião sem seu painel de controle ou como o médico iniciar uma cirurgia, sem monitorar as funções corporais essenciais.  Pode dar certo, ou não. 

Líderes e colaboradores em geral, especialmente no Brasil onde culturalmente somos menos afeitos a números, deveriam buscar dominar melhor os números relevantes da sua área, função e da empresa como um todo. Isso jamais dispensará a intuição, o tino empresarial, a visão, sensibilidade e percepção individual. Racionalidade e sensibilidade, um não elimina o outro. Ambos são cruciais na gestão e liderança dos negócios. 

Ocorre que olhar os dados e indicadores não deveria ser uma tarefa esporádica. Controlar e acompanhar os números do negócio precisa ser parte da cultura, atitude presente no dia a dia da organização. Todo profissional que busca a excelência deve fazê-lo.

Vejamos um exemplo: 

Se ao reduzir o preço de um produto em 20%, estimamos que as vendas aumentem em 10%, e isso exigirá aumento na produção em +10.000 unidades. 

E se a produção está operando a 90% da sua capacidade máxima e para atender esse aumento de produção teremos que contratar mais quatro funcionários, o que por sua vez irá aumentar o custo fixo mensal em R$ 15.000.

Essa redução de preço no final compensa? Ou será que terei prejuízo ao invés lucro?

Entender a matemática dos negócios é crucial para responder essa e muitas outras perguntas essenciais do dia a dia da gestão. Sem ela, não se pode afirmar ao certo se o gestor sabe o que está fazendo. Ter os números da empresa na cabeça, conhecer as correlações entre eles e detectar oportunidades de ganhos é o que todo gestor deveria saber fazer. 
Para isso, mathematike . Desvende seus números. Pare de abusar do seu feeling, apostando todas as suas fichas apenas nas suas opiniões e convicções. É da união entre os dados com sensibilidade para interpretá-los que nascem boas leituras de cenários, caminho seguro para boas decisões para o negócio.

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